Cobiça

Olá, pessoal! 

Gostaria de conversar com vocês sobre um assunto muito importante: como nos relacionamos com o dinheiro. 

Trabalhei durante alguns anos em uma instituição financeira. Tive a oportunidade de estar em contato com pessoas de diferentes níveis financeiros e faixas etárias; alguns se identificavam como cristãos. Por isso, gostaria de compartilhar neste texto alguns ensinamentos sobre o que a Palavra de Deus nos diz a respeito dessa área essencial para a nossa fé. 

Sim, é essencial para a nossa fé, pois a forma como nos relacionamos com o dinheiro demonstra em quem ou no que cremos. Nossa teologia se expressa nas nossas atitudes diárias — é nisso que realmente acreditamos. A prática do dia a dia evidencia quem é o nosso Deus ou revela nossos falsos deuses. 

O primeiro ponto é que Deus se importa com o que fazemos com o dinheiro. Não apenas com a forma como o ganhamos, mas também com a maneira como o utilizamos. E isso não porque Deus precise de algo ou queira nos limitar, mas porque o dinheiro pode ocupar um espaço no nosso coração que não pertence a ele. A Bíblia traz diversas instruções sobre esse tema. Vamos ver algumas delas: 

De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos. 1 Timóteo 6:6-10 

O problema está no amor ao dinheiro, não no dinheiro em si. O dinheiro pode ser uma bênção se bem utilizado e por um coração que não o adora, mas que adora ao Senhor. Uma chave contra o amor ao dinheiro — que é, na verdade, cobiça — é o contentamento. Contentar-se é olhar para o que se tem e valorizar. É viver com alegria, gratidão e satisfação, desfrutando do que já está em nossas mãos. Há outra passagem que nos mostra como devemos desfrutar e nos alegrar com o que temos: 

Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração. Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são! Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro. Mateus 6:21-24 

Se você olha de forma boa para o que tem, terá luz — ou seja, alegria e contentamento que geram gratidão. Mas se olhar com olhos maus, nada do que você tem será suficiente. Sempre haverá escuridão, um vazio interior, um descontentamento que leva à cobiça. E a cobiça nunca tem fim: é um poço sem fundo. A cobiça gera o pecado, como está em Tiago: 

Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: ‘Estou sendo tentado por Deus’. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido. Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado; e o pecado, após ter-se consumado, gera a morte. Tiago 1:13-15 

Não podemos falar sobre o amor ao dinheiro sem tratar da sua raiz: a cobiça. Vemos em 1 João uma passagem muito pertinente sobre isso: 

Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. 1 João 2:15-16 

O amor ao mundo, o apego às coisas materiais e a cobiça são o verdadeiro problema. De acordo com o dicionário Michaelis, “pessoa mundana” é aquela que atribui valor excessivo às coisas do mundo material. 

É importante que a ferida seja exposta para que possa ser curada pelo Senhor. O pecado em nossos corações precisa ser revelado pela Palavra para que o Espírito Santo nos convença. A cobiça é mortal. O pecado é mortal. Ele matou o nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Se permanecermos no pecado — neste caso, na cobiça — algo não está certo. 

Pare para pensar: 

  Por que você quer o que quer? 

  Você deseja um tênis, uma roupa nova, um celular, um carro, dinheiro, poder… mas por quê? 

Uma das coisas que vi com considerável frequência enquanto trabalhava naquele local foi que muitos jovens, em sua fase inicial de trabalho, já estavam endividados. Seus nomes frequentemente constavam no cadastro negativo de crédito, com registros de inadimplência e atraso no pagamento de dívidas ou obrigações. No entanto, a grande maioria desses jovens carregava um iPhone dos modelos mais recentes.

Sobretudo, sei que esse assunto não é simples. Alguns desses jovens vêm de origem humilde e suas famílias dependem financeiramente deles. A maioria não foi devidamente instruída sobre finanças e prioridades. Todavia, há instrução do Senhor sobre como devemos buscar viver. Se antes você não soube, agora pode aprender — porque Deus é um Deus de recomeços. Sempre.

Qual é o raciocínio equivocado nesse caso? O mundo diz: “Tenha um iPhone, e então você terá valor, fará parte de um grupo, será amado e aceito.” Entretanto, o que Deus diz?

O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. 1 João 2:17

No que você tem dado valor? Naquilo que é passageiro ou no que é eterno?

Seu nome aqui na terra tem valor — para Deus e também para os homens. Não o suje, pois isso não condiz com a dignidade dos filhos do Senhor. E se ele já estiver manchado, esforce-se para restaurá-lo. O Senhor pode te ajudar nisso também. Não comprometa seu futuro por um mero prazer momentâneo.

Aguarde os próximos textos — vamos falar mais sobre esse assunto!

Pai, revele a cobiça em nossos corações, para que possamos adorar somente ao Senhor!

Com carinho,

A Semeadora.