Xô, Medo!
- Carina de Góes
- 5 de out. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de abr.
Oi pessoal!
Gostaria de falar com vocês sobre um tema comum a todos nós: o medo.
O medo é um sentimento importante — ele nos protege de muitos perigos. Os medos reais, ligados ao instinto de sobrevivência, nos mantêm alertas e vivos. No entanto, existem também os medos irreais — aqueles criados pela mente, que nos paralisam e nos impedem de viver plenamente. Nesses casos, é importante buscar ajuda: se você está paralisado pelo medo, procure auxílio terapêutico e/ou médico!
Entretanto, hoje conversaremos sobre um outro tipo de sentimento: o temor.
Segundo o dicionário, "temor" pode significar um profundo respeito e obediência, mas também pode remeter à falta de tranquilidade, sensação de ameaça, susto. Vamos refletir sobre essas duas facetas à luz da história de Jó:
"Na terra de Uz vivia um homem chamado Jó. Era homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava o mal." Jó 1:1
Jó era íntegro, justo, e temia a Deus — ou seja, tinha um sentimento genuíno de reverência e obediência. Era um homem verdadeiro, sábio, que evitava o mal e zelava por sua casa. No entanto, observamos também que Jó ainda não conhecia completamente a Deus.
Sua prática constante de sacrificar por seus filhos mostra que Jó temia que, mesmo sem saber, eles pudessem ter pecado em segredo contra o Senhor.
"Essa era a prática constante de Jó." Jó 1:5
Essa prática era movida não só por temor reverente, mas também por um medo paralisante — uma sensação de ameaça, de que algo terrível poderia acontecer. E quando tudo, de fato, lhe é tirado, Jó diz:
"O que eu temia veio sobre mim; o que eu receava me aconteceu." Jó 3:25
Jó andava com Deus, mas não com intimidade. Ele fazia o que era certo, mas ainda vivia sob o medo do castigo, como se pudesse controlar o mal com rituais e sacrifícios. E assim, aprendemos uma grande verdade: andar com medo é sinal de que ainda não conhecemos plenamente a Deus.
Temer a Deus — no sentido bíblico — não é ter medo Dele, mas é obedecer, respeitar, conhecer e amar ao Senhor com todo o nosso coração.
Temer a Deus não é garantia de que não sofreremos, mas é a certeza de que Ele estará conosco em todo e qualquer sofrimento.
Durante os capítulos do livro de Jó, vemos sua dor, confusão, silêncio do Senhor e as falas duras de seus amigos e de sua esposa. Porém, no fim, Deus fala com ele. Porém, Ele não responde suas perguntas, mas revela a Si mesmo — ao demonstrar quem Ele é, fala de Sua criação, poder e majestade. E nesse encontro, Jó compreende:
"Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram." Jó 42:5
Jó conhecia a Deus de ouvir falar porém, agora conhece-O caminhando lado a lado.
Aqui vai uma aplicação para nossas vidas: não se relacione com Deus a partir do medo — isso é religiosidade, não relacionamento. Pare e reflita: Você tem medo de estar nas mãos de Deus? Sente que precisa “fazer tudo certo” para não ser punido?
Conhecemos a Deus quando passamos tempo com Ele — em oração, na leitura da Palavra, na meditação, comunhão com os irmãos e na caminhada diária. E, ao conhecê-Lo, o medo dá lugar à fé, porque confiamos que tudo está em Suas mãos, e que Sua vontade para é boa, perfeita e agradável para nós.
Você não está sozinho, mesmo que todos tenham te deixado. Volte-se para Aquele que fez os seus dias e formou o seu ser. Ele é Aquele que acalma a tempestade do seu coração. Há um lugar onde o medo não tem vez, e esse lugar é no Senhor.
"No amor não há medo; pelo contrário, o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor." 1 João 4:18
Com carinho,
A Semeadora.

Amém!